A palavra “gatilho” remete a “disparo”, como se fosse uma alavanca que aciona algo com intensidade. Mas o que é disparado? Uma reação neuropsicológica que desencadeia variadas emoções, pensamentos, atitudes. Ou seja, qualquer coisa a qualquer instante pode despertar um gatilho e fortes reações emocionais. As emoções comumente sentidas nesses momentos são raiva, tristeza e medo.
Além de sentir desconforto emocional, podemos sentir incômodo físico quando se depara com um gatilho. A taquicardia, náusea, enxaqueca, tontura, tremores no corpo, sudorese e vômito são reações físicas comuns. Os gatilhos emocionais também podem causar depressão, síndrome do pânico, estresse pós-traumático, ansiedade, entre outras condições psicológicas.
Outra situação bastante comum é o afastamento da própria pessoa de situações sociais para evitar esbarrar com seus gatilhos e não saber o que fazer diante deles. Essa postura esquiva diminui a qualidade de vida e os momentos de lazer, consequentemente intensificando vivências estressantes.
Como identificar e lidar com seus gatilhos emocionais?
Podemos ter vários gatilhos emocionais decorrentes das nossas experiências. Quanto mais nossas experiências forem elaboradas e ressignificadas, menores serão nossas reações aos gatilhos, por outro lado, quanto mais distante a experiência traumática estiver da nossa consciência, provavelmente as reações emocionais aos gatilhos serão mais intensas ou, ao menos, estranhas e inesperadas.
O que nosso organismo está tentando revelar é que experiências semelhantes a esta não foram benéficas a nós no passado. É uma tentativa de preservação e cuidado. As reações emocionais são um alerta, então não vai adiantar tentar expulsar de você as reações a qualquer custo. Experimente esses 3 passos a seguir, eles podem ajudar:
1. Se algum gatilho emocional foi disparado, busque um lugar confortável ou uma relação de confiança que possa acolher você. Essas reações mais intensas vão minimizar em alguns minutos. Aguarde o acolhimento te proporcionar segurança para que as reações minimizem a ponto de você sentir que pode compartilhar sua experiência;
2. Comunique suas emoções, sensações e sentimentos e busque compreender ao que elas o remetem e o que elas significam. Mesmo que a compreensão não esteja plenamente nítida, busque ampliar suas percepções até onde for possível neste momento. Lembre-se que você está em outro momento da sua vida hoje, busque os significados que suas experiências de vida lhe permitem sentir em relação ao que você viveu;
3. Busque os recursos emocionais e as redes de apoio que você tem hoje, e que podem lhe auxiliar na construção de novas atitudes diante do que você viveu.
Os gatilhos emocionais são desagradáveis de serem vividos, isto é verdade! Então não precisam ser sempre acionados para que possam ser elaborados. Mas se, e quando, esse processo acontecer, então podemos viver essa experiência como uma possibilidade de acolhimento e, se possível, de resgate do nosso poder de enfrentamento. Sendo assim, o não-enfrentamento dos gatilhos ocasiona sofrimento emocional prolongado e intenso. Para recuperar a alegria de viver e deixar de temer ter crises ansiosas, a pessoa deve procurar atendimento psicológico.
Os três elementos de um Gatilho Emocional:
- Evento em si – Semelhança ao evento originador;
- Pré-condição – Estado emocional;
- Banco de dados emocional – Histórico emocional diante desta situação.
Situações que podem levar a um Gatilhos Emocionais:
- Timbre de voz;
- Perfume / cheiro;
- Olhar de desaprovação;
- Toque;
- Aparência;
- Gritos;
- A forma de se comportar de uma pessoa;
- Situações semelhantes a traumas do passado etc.
Autor: ALMEIDA NETO, Anardino Cândido de.
REFERÊNCIAS
Como Lidar com um Gatilho Emocional Ativado? Disponível em: https://www.espacoviverpsicologia.com/single-post/como-lidar-com-um-gatilho-emocional-ativado >. Acesso em: 20 de maio de 2022.
Neurocientista explica o Gatilho Emocional. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=omuUPkauQXQ.>. Acesso em: 19 de maio de 2022.